Deficiência de ferro na insuficiência cardíaca crónica

Se lhe foi diagnosticada insuficiência cardíaca crónica, isso significa que o seu coração não está a trabalhar como devia para bombear o sangue de que os órgãos e tecidos do seu corpo necessitam. O seu coração pode ter-se deteriorado ou enfraquecido por diferentes patologias, como doença arterial coronária, hipertensão arterial, defeitos nas válvulas cardíacas e outros fatores, como o excesso de álcool ou uma infeção viral.1 A causa mais comum de insuficiência cardíaca é a doença arterial coronária, por vezes conhecida por «doença cardíaca isquémica».2

Existem cerca de 6,5 milhões de pessoas com insuficiência cardíaca crónica na Europa e cerca de 5 milhões nos EUA.3 O risco de ter insuficiência cardíaca aumenta com a idade, especialmente a partir dos 75 anos.3,4

Cerca de 50 % dos doentes com insuficiência cardíaca sofrem de alguma forma de deficiência de ferro, com ou sem anemia.5,6 O ferro é essencial para a hemoglobina, a substância contida nos glóbulos vermelhos que transporta o oxigénio para os órgãos. A anemia por deficiência de ferro surge quando o corpo já não é capaz de produzir glóbulos vermelhos suficientes. Se sofre de insuficiência cardíaca crónica, pode também ter deficiência de ferro por diversas razões.

  • Pode ter o intestino inflamado, estando a absorver menos ferro dos alimentos para a corrente sanguínea7.
  • A sua dieta pode não conter ferro suficiente7.
  • A interação de medicamentos  pode reduzir a quantidade de ferro que absorve7.
  • Pode ter hemorragias internas provocadas por medicamentos, estando o seu corpo a perder mais ferro que o normal7.


Ter deficiência de ferro pode afetar a sua qualidade de vida e mesmo o seu prognóstico8, pelo que deve falar com o seu médico sobre preocupações que tenha ou se suspeitar que tem sinais de deficiência de ferro. O médico poderá fazer-lhe uma análise ao sangue para verificar se tem deficiência de ferro, descobrir a respetiva causa e propor-lhe um tratamento. Saiba mais sobre os sintomas da deficiência de ferro utilizando o Navegador de Sintomas.
 

Testemunho

Patient Voice

Sempre fui ativa e sociável. Desde que nos reformámos, aderimos ao clube de jardinagem e ao grupo de leitura. Gostamos de nos encontrar com amigos para jogar bridge ou apenas conversar. Tendo muito mais tempo livre, não nos faltam oportunidades para ir tomar um copo ou fazer um bolo para as visitas ou para os netos. Estamos sempre ocupados a desfrutar da vida!

Comecei a notar que precisava de abrandar o ritmo, mas ainda não tinha recuperado do choque do meu enfarte. Sentia-me tão aliviada por estar bem, que o meu diagnóstico de insuficiência cardíaca parecia ainda não ter assentado. Mas eu estava longe de me sentir normal, e comecei então a refletir com mais cuidado sobre o que os médicos haviam dito. Apesar de algumas mudanças — menos bolos e álcool — e de fazermos pequenas caminhadas, não me conseguia livrar duma sensação de entorpecimento mental. Não só não estava fisicamente apta para fazer o que queria, como a minha mente também parecia estar a abrandar. O meu marido disse-me que eu estava a ficar rabugenta e que talvez devesse falar com o meu médico. Na consulta de acompanhamento seguinte, referi o cansaço que andava a sentir e o médico disse-me que iria fazer uma análise simples ao sangue para verificar o meu ferro. Constatou-se então que não tenho ferro suficiente por várias razões. Estou por isso a tratar o problema e a seguir as recomendações sobre que alimentos comer para obter mais ferro.

Tenho de ser realista sobre o que posso e não posso fazer agora. Quando recebemos amigos, não posso desatar a falar porque sinto falta de ar, mas se o fizer calmamente, não deixamos de nos divertir. Também sei que terei de planear um período de descanso depois de cada atividade — já não passo a correr de uma coisa para a outra!

O meu marido já se adaptou ao seu novo papel de cuidador. No início, mal me deixava levantar da cadeira, mas agora, reconhece que é benéfico para mim levantar-me e mexer-me — contudo, gosto de lhe dizer o que é preciso fazer no jardim! Como ele sempre gostou de cozinhar, conseguimos dividir as tarefas entre os dois e ainda me sobram forças para fazer as coisas que sempre fizemos juntos.

Desde que normalizei os meus níveis de ferro, sinto-me menos atordoada e mais positiva em relação ao futuro. O meu marido lembra-me de estar atenta a cada dia, escutar o meu corpo e sentir-me muito grata pela vida que nos foi concedida.

Referências